Réponse de Job à Tsophar
V. 1-34: cf. Ps 73Ps 49. Ec 8:11.1 Job prit la parole et dit:
2 Écoutez, écoutez mes paroles,
Donnez-moi seulement cette consolation.
3 Laissez-moi parler, je vous prie;
Et, quand j’aurai parlé, tu pourras te moquer.
4 Est-ce contre un homme que se dirige ma plainte?
Et pourquoi mon âme ne serait-elle pas impatiente?
5 Regardez-moi, soyez étonnés,
Et mettez la main sur la bouche.
6 Quand j’y pense, cela m’épouvante,
Et un tremblement saisit mon corps.
7 Pourquoi les méchants vivent-ils?
Pourquoi les voit-on vieillir et accroître leur force?
8 Leur postérité s’affermit avec eux et en leur présence,
Leurs rejetons prospèrent sous leurs yeux.
9 Dans leurs maisons règne la paix, sans mélange de crainte;
La verge de Dieu ne vient pas les frapper.
10 Leurs taureaux sont vigoureux et féconds,
Leurs génisses conçoivent et n’avortent point.
11 Ils laissent courir leurs enfants comme des brebis,
Et les enfants prennent leurs ébats.
12 Ils chantent au son du tambourin et de la harpe,
Ils se réjouissent au son du chalumeau.
13 Ils passent leurs jours dans le bonheur,
Et ils descendent en un instant au séjour des morts.
14 Ils disaient pourtant à Dieu: Retire-toi de nous;
Nous ne voulons pas connaître tes voies.
15 Qu’est-ce que le Tout-Puissant, pour que nous le servions?
Que gagnerons-nous à lui adresser nos prières?
16 Quoi donc! Ne sont-ils pas en possession du bonheur?
Loin de moi le conseil des méchants!
17 Mais arrive-t-il souvent que leur lampe s’éteigne,
Que la misère fonde sur eux,
Que Dieu leur distribue leur part dans sa colère,
18 Qu’ils soient comme la paille emportée par le vent,
Comme la balle enlevée par le tourbillon?
19 Est-ce pour les fils que Dieu réserve le châtiment du père?
Mais c’est lui que Dieu devrait punir, pour qu’il le sente;
20 C’est lui qui devrait contempler sa propre ruine,
C’est lui qui devrait boire la colère du Tout-Puissant.
21 Car, que lui importe sa maison après lui,
Quand le nombre de ses mois est achevé?
22 Est-ce à Dieu qu’on donnera de la science,
A lui qui gouverne les esprits célestes?
23 L’un meurt au sein du bien-être,
De la paix et du bonheur,
24 Les flancs chargés de graisse
Et la mœlle des os remplie de sève;
25 L’autre meurt, l’amertume dans l’âme,
Sans avoir joui d’aucun bien.
26 Et tous deux se couchent dans la poussière,
Tous deux deviennent la pâture des vers.
27 Je sais bien quelles sont vos pensées,
Quels jugements iniques vous portez sur moi.
28 Vous dites: Où est la maison de l’homme puissant?
Où est la tente qu’habitaient les impies?
29 Mais quoi! N’avez-vous point interrogé les voyageurs,
Et voulez-vous méconnaître ce qu’ils prouvent?
30 Au jour du malheur, le méchant est épargné;
Au jour de la colère, il échappe.
31 Qui lui reproche en face sa conduite?
Qui lui rend ce qu’il a fait?
32 Il est porté dans un sépulcre,
Et il veille encore sur sa tombe.
33 Les mottes de la vallée lui sont légères;
Et tous après lui suivront la même voie,
Comme une multitude l’a déjà suivie.
34 Pourquoi donc m’offrir de vaines consolations?
Ce qui reste de vos réponses n’est que perfidie.
Jó mostra que os ímpios, muitas vezes, gozam prosperidade nesta vida
1 Respondeu, porém, Jó e disse: 2 Ouvi atentamente as minhas razões; e isto vos sirva de consolação. 3 Sofrei-me, e eu falarei; e, havendo eu falado, zombai. 4 Porventura, eu me queixo a algum homem? Mas, ainda que assim fosse, por que se não angustiaria o meu espírito? 5 Olhai para mim e pasmai; e ponde a mão sobre a boca, 6 Porque, quando me lembro disto, me perturbo, e a minha carne é sobressaltada de horror.
7 Por que razão vivem os ímpios, envelhecem, e ainda se esforçam em poder? 8 A sua semente se estabelece com eles perante a sua face; e os seus renovos, perante os seus olhos. 9 As suas casas têm paz, sem temor; e a vara de Deus não está sobre eles. 10 O seu touro gera e não falha; pare a sua vaca e não aborta. 11 Fazem sair as suas crianças como a um rebanho, e seus filhos andam saltando. 12 Levantam a voz ao som do tamboril e da harpa e alegram-se ao som das flautas. 13 Na prosperidade gastam os seus dias e num momento descem à sepultura. 14 E, todavia, dizem a Deus: Retira-te de nós; porque não desejamos ter conhecimento dos teus caminhos. 15 Quem é o Todo-Poderoso, para que nós o sirvamos? E que nos aproveitará que lhe façamos orações? 16 Vede, porém, que o seu bem não está na mão deles; esteja longe de mim o conselho dos ímpios!
17 Quantas vezes sucede que se apaga a candeia dos ímpios, e lhes sobrevém a sua destruição? E Deus, na sua ira, lhes reparte dores! 18 Porque são como a palha diante do vento, e como a pragana, que arrebata o redemoinho. 19 Deus guarda a sua violência para os filhos deles, e aos ímpios dá o pago, para que o conheçam. 20 Seus olhos veem a sua ruína, e ele bebe do furor do Todo-Poderoso. 21 Porque, que prazer teria na sua casa depois de si, cortando-se-lhe o número dos seus meses? 22 Porventura, a Deus se ensinaria ciência, a ele que julga os excelsos? 23 Um morre na força da sua plenitude, estando todo quieto e sossegado. 24 Os seus baldes estão cheios de leite, e os seus ossos estão regados de tutanos. 25 E outro morre, ao contrário, na amargura do seu coração, não havendo provado do bem. 26 Juntamente jazem no pó, e os bichos os cobrem.
27 Eis que conheço bem os vossos pensamentos; e os maus intentos com que injustamente me fazeis violência. 28 Porque direis: Onde está a casa do príncipe e onde a tenda em que morava o ímpio? 29 Porventura, o não perguntastes aos que passam pelo caminho e não conheceis os seus sinais? 30 Que o mau é preservado para o dia da destruição e arrebatado no dia do furor? 31 Quem acusará diante dele o seu caminho? E quem lhe dará o pago do que faz? 32 Finalmente, é levado à sepultura e vigia no túmulo. 33 Os torrões do vale lhe são doces, e ele arrasta após si a todos os homens; e antes dele havia inumeráveis. 34 Como, pois, me consolais em vão? Pois nas vossas respostas só há falsidade.