Réponse de Job à Éliphaz
V. 1-13: cf. Job 16:6-17Job 17:7, Job 11-16.
1 Job prit la parole et dit:
2 Oh! S’il était possible de peser ma douleur,
Et si toutes mes calamités étaient sur la balance,
3 Elles seraient plus pesantes que le sable de la mer;
Voilà pourquoi mes paroles vont jusqu’à la folie!
4 Car les flèches du Tout-Puissant m’ont percé,
Et mon âme en suce le venin;
Les terreurs de Dieu se rangent en bataille contre moi.
5 L’âne sauvage crie-t-il auprès de l’herbe tendre?
Le bœuf mugit-il auprès de son fourrage?
6 Peut-on manger ce qui est fade et sans sel?
Y a-t-il de la saveur dans le blanc d’un œuf?
7 Ce que je voudrais ne pas toucher,
C’est là ma nourriture, si dégoûtante soit-elle!
8 Puisse mon vœu s’accomplir,
Et Dieu veuille réaliser mon espérance!
9 Qu’il plaise à Dieu de m’écraser,
Qu’il étende sa main et qu’il m’achève!
10 Il me restera du moins une consolation,
Une joie dans les maux dont il m’accable:
Jamais je n’ai transgressé les ordres du Saint.
11 Pourquoi espérer quand je n’ai plus de force?
Pourquoi attendre quand ma fin est certaine?
12 Ma force est-elle une force de pierre?
Mon corps est-il d’airain?
13 Ne suis-je pas sans ressource,
Et le salut n’est-il pas loin de moi?
V. 14-30: cf. (Job 16:1-5, 20; 19:1-6, 19-22.) (Pr 17:17. Job 32:3.)
14 Celui qui souffre a droit à la compassion de son ami,
Même quand il abandonnerait la crainte du Tout-Puissant.
15 Mes frères sont perfides comme un torrent,
Comme le lit des torrents qui disparaissent.
16 Les glaçons en troublent le cours,
La neige s’y précipite;
17 Viennent les chaleurs, et ils tarissent,
Les feux du soleil, et leur lit demeure à sec.
18 Les caravanes se détournent de leur chemin,
S’enfoncent dans le désert, et périssent.
19 Les caravanes de Théma fixent le regard,
Les voyageurs de Séba sont pleins d’espoir;
20 Ils sont honteux d’avoir eu confiance,
Ils restent confondus quand ils arrivent.
21 Ainsi, vous êtes comme si vous n’existiez pas;
Vous voyez mon angoisse, et vous en avez horreur!
22 Vous ai-je dit: Donnez-moi quelque chose,
Faites en ma faveur des présents avec vos biens,
23 Délivrez-moi de la main de l’ennemi,
Rachetez-moi de la main des méchants?
24 Instruisez-moi, et je me tairai;
Faites-moi comprendre en quoi j’ai péché.
25 Que les paroles vraies sont persuasives!
Mais que prouvent vos remontrances?
26 Voulez-vous donc blâmer ce que j’ai dit,
Et ne voir que du vent dans les discours d’un désespéré?
27 Vous accablez un orphelin,
Vous persécutez votre ami.
28 Regardez-moi, je vous prie!
Vous mentirais-je en face?
29 Revenez, ne soyez pas injustes;
Revenez, et reconnaissez mon innocence.
30 Y a-t-il de l’iniquité sur ma langue,
Et ma bouche ne discerne-t-elle pas le mal?
Jó justifica as suas queixas
1 Então, Jó respondeu e disse: 2 Oh! Se a minha mágoa retamente se pesasse, e a minha miséria juntamente se pusesse numa balança! 3 Porque, na verdade, mais pesada seria do que a areia dos mares; por isso é que as minhas palavras têm sido inconsideradas. 4 Porque as flechas do Todo-Poderoso estão em mim, e o seu ardente veneno, o bebe o meu espírito; os terrores de Deus se armam contra mim. 5 Porventura, zurrará o jumento montês junto à relva? Ou berrará o boi junto ao seu pasto? 6 Ou comer-se-á sem sal o que é insípido? Ou haverá gosto na clara do ovo? 7 A minha alma recusa tocar em vossas palavras, pois são como a minha comida fastienta.
8 Quem dera que se cumprisse o meu desejo, e que Deus me desse o que espero! 9 E que Deus quisesse quebrantar-me, e soltasse a sua mão, e acabasse comigo! 10 Isto ainda seria a minha consolação e me refrigeraria no meu tormento, não me poupando ele; porque não repulsei as palavras do Santo. 11 Qual é a minha força, para que eu espere? Ou qual é o meu fim, para que prolongue a minha vida? 12 É, porventura, a minha força a força da pedra? Ou é de cobre a minha carne? 13 Está em mim a minha ajuda? Não me desamparou todo auxílio eficaz?
14 Ao que está aflito devia o amigo mostrar compaixão, ainda ao que deixasse o temor do Todo-Poderoso. 15 Meus irmãos aleivosamente me trataram; são como um ribeiro, como a torrente dos ribeiros que passam, 16 que estão encobertos com a geada, e neles se esconde a neve. 17 No tempo em que se derretem com o calor, se desfazem; e, em se aquentando, desaparecem do seu lugar. 18 Desviam-se as caravanas dos seus caminhos; sobem ao vácuo e perecem. 19 Os caminhantes de Temá os veem; os passageiros de Sabá olham para eles. 20 Foram envergonhados por terem confiado; e, chegando ali, se confundem. 21 Agora, sois semelhantes a eles; vistes o terror e temestes. 22 Disse-vos eu: dai-me ou oferecei-me da vossa fazenda presentes? 23 Ou: livrai-me das mãos do opressor? Ou: redimi-me das mãos dos tiranos?
24 Ensinai-me, e eu me calarei; e dai-me a entender em que errei. 25 Oh! Quão fortes são as palavras da boa razão! Mas que é o que censura a vossa arguição? 26 Porventura, buscareis palavras para me repreenderdes, visto que as razões do desesperado são como vento? 27 Mas, antes, lançais sortes sobre o órfão e especulais com o vosso amigo. 28 Agora, pois, se sois servidos, olhai para mim; e vede se minto em vossa presença. 29 Voltai, pois, não haja iniquidade; voltai, sim, que a minha causa é justa. 30 Há, porventura, iniquidade na minha língua? Ou não poderia o meu paladar dar a entender as minhas misérias?