Souffrances et consolations
V. 1-18: cf. (Job 16:6-16; 19:5-21.) (Ps 88; 102:1-12.)1 Je suis l’homme qui a vu la misère
Sous la verge de sa fureur.
2 Il m’a conduit, mené dans les ténèbres,
Et non dans la lumière.
3 Contre moi il tourne et retourne sa main
Tout le jour.
4 Il a fait dépérir ma chair et ma peau,
Il a brisé mes os.
5 Il a bâti autour de moi,
Il m’a environné de poison et de douleur.
6 Il me fait habiter dans les ténèbres,
Comme ceux qui sont morts dès longtemps.
7 Il m’a entouré d’un mur, pour que je ne sorte pas;
Il m’a donné de pesantes chaînes.
8 J’ai beau crier et implorer du secours,
Il ne laisse pas accès à ma prière.
9 Il a fermé mon chemin avec des pierres de taille,
Il a détruit mes sentiers.
10 Il a été pour moi un ours en embuscade,
Un lion dans un lieu caché.
11 Il a détourné mes voies, il m’a déchiré,
Il m’a jeté dans la désolation.
12 Il a tendu son arc, et il m’a placé
Comme un but pour sa flèche.
13 Il a fait entrer dans mes reins
Les traits de son carquois.
14 Je suis pour tout mon peuple un objet de raillerie,
Chaque jour l’objet de leurs chansons.
15 Il m’a rassasié d’amertume,
Il m’a enivré d’absinthe.
16 Il a brisé mes dents avec des cailloux,
Il m’a couvert de cendre.
17 Tu m’as enlevé la paix;
Je ne connais plus le bonheur.
18 Et j’ai dit: Ma force est perdue,
Je n’ai plus d’espérance en l’Éternel!
V. 19-39: cf. Mi 7:7-10. (Ps 42:7-12; 77:2-14; 130.)19 Quand je pense à ma détresse et à ma misère,
A l’absinthe et au poison;
20 Quand mon âme s’en souvient,
Elle est abattue au-dedans de moi.
21 Voici ce que je veux repasser en mon cœur,
Ce qui me donnera de l’espérance.
22 Les bontés de l’Éternel ne sont pas épuisées,
Ses compassions ne sont pas à leur terme;
23 Elles se renouvellent chaque matin.
Oh! Que ta fidélité est grande!
24 L’Éternel est mon partage, dit mon âme;
C’est pourquoi je veux espérer en lui.
25 L’Éternel a de la bonté pour qui espère en lui,
Pour l’âme qui le cherche.
26 Il est bon d’attendre en silence
Le secours de l’Éternel.
27 Il est bon pour l’homme
De porter le joug dans sa jeunesse.
28 Il se tiendra solitaire et silencieux,
Parce que l’Éternel le lui impose;
29 Il mettra sa bouche dans la poussière,
Sans perdre toute espérance;
30 Il présentera la joue à celui qui le frappe,
Il se rassasiera d’opprobres.
31 Car le Seigneur
Ne rejette pas à toujours.
32 Mais, lorsqu’il afflige,
Il a compassion selon sa grande miséricorde;
33 Car ce n’est pas volontiers qu’il humilie
Et qu’il afflige les enfants des hommes.
34 Quand on foule aux pieds
Tous les captifs du pays,
35 Quand on viole la justice humaine
A la face du Très-Haut,
36 Quand on fait tort à autrui dans sa cause,
Le Seigneur ne le voit-il pas?
37 Qui dira qu’une chose arrive,
Sans que le Seigneur l’ait ordonnée?
38 N’est-ce pas de la volonté du Très-Haut que viennent
Les maux et les biens?
39 Pourquoi l’homme vivant se plaindrait-il?
Que chacun se plaigne de ses propres péchés.
V. 40-48: cf. 1 R 8:46-51. De 4:29-31.40 Recherchons nos voies et sondons,
Et retournons à l’Éternel;
41 Élevons nos cœurs et nos mains
Vers Dieu qui est au ciel:
42 Nous avons péché, nous avons été rebelles!
Tu n’as point pardonné!
43 Tu t’es caché dans ta colère, et tu nous as poursuivis;
Tu as tué sans miséricorde;
44 Tu t’es enveloppé d’un nuage,
Pour fermer accès à la prière.
45 Tu nous as rendus un objet de mépris et de dédain
Au milieu des peuples.
46 Ils ouvrent la bouche contre nous,
Tous ceux qui sont nos ennemis.
47 Notre partage a été la terreur et la fosse,
Le ravage et la ruine.
48 Des torrents d’eau coulent de mes yeux,
A cause de la ruine de la fille de mon peuple.
V. 49-66: cf. (Jé 18:18-23; 38:4-13.) (Ps 69; 142.)49 Mon œil fond en larmes, sans repos,
Sans relâche,
50 Jusqu’à ce que l’Éternel regarde et voie
Du haut des cieux;
51 Mon œil me fait souffrir,
A cause de toutes les filles de ma ville.
52 Ils m’ont donné la chasse comme à un oiseau,
Ceux qui sont à tort mes ennemis.
53 Ils ont voulu anéantir ma vie dans une fosse,
Et ils ont jeté des pierres sur moi.
54 Les eaux ont inondé ma tête;
Je disais: Je suis perdu!
55 J’ai invoqué ton nom, ô Éternel,
Du fond de la fosse.
56 Tu as entendu ma voix:
Ne ferme pas l’oreille à mes soupirs, à mes cris!
57 Au jour où je t’ai invoqué, tu t’es approché,
Tu as dit: Ne crains pas!
58 Seigneur, tu as défendu la cause de mon âme,
Tu as racheté ma vie.
59 Éternel, tu as vu ce qu’on m’a fait souffrir:
Rends-moi justice!
60 Tu as vu toutes leurs vengeances,
Tous leurs complots contre moi.
61 Éternel, tu as entendu leurs outrages,
Tous leurs complots contre moi,
62 Les discours de mes adversaires, et les projets
Qu’ils formaient chaque jour contre moi.
63 Regarde quand ils sont assis et quand ils se lèvent:
Je suis l’objet de leurs chansons.
64 Tu leur donneras un salaire, ô Éternel,
Selon l’œuvre de leurs mains;
65 Tu les livreras à l’endurcissement de leur cœur,
A ta malédiction contre eux;
66 Tu les poursuivras dans ta colère, et tu les extermineras
De dessous les cieux, ô Éternel!
A tristeza de Jeremias. Ele convida o povo a reconhecer o seu pecado e a voltar para Deus, para obter misericórdia
Álefe.
1 Eu sou o homem que viu a aflição pela vara do seu furor. 2 Ele me levou e me fez andar em trevas e não na luz. 3 Deveras se tornou contra mim; virou contra mim de contínuo, a mão todo o dia.
Bete.
4 Fez envelhecer a minha carne e a minha pele, quebrantou os meus ossos. 5 Edificou contra mim e me cercou de fel e trabalho. 6 Assentou-me em lugares tenebrosos, como os que estavam mortos há muito.
Guímel.
7 Circunvalou-me, e não posso sair; agravou os meus grilhões. 8 Ainda quando clamo e grito, ele exclui a minha oração. 9 Circunvalou os meus caminhos com pedras lavradas, fez tortuosas as minhas veredas.
Dálete.
10 Fez-me como urso de emboscada, um leão em esconderijos. 11 Desviou os meus caminhos e fez-me em pedaços; deixou-me assolado. 12 Armou o seu arco, e me pôs como alvo à flecha.
Hê.
13 Fez entrar nos meus rins as flechas da sua aljava. 14 Fui feito um objeto de escárnio para todo o meu povo e a sua canção todo o dia. 15 Fartou-me de amarguras, saciou-me de absinto.
Vau.
16 Quebrou com pedrinhas de areia os meus dentes; cobriu-me de cinza. 17 E afastaste da paz a minha alma; esqueci-me do bem. 18 Então, disse eu: Já pereceu a minha força, como também a minha esperança no Senhor.
Zain.
19 Lembra-te da minha aflição e do meu pranto, do absinto e do fel. 20 Minha alma, certamente, se lembra e se abate dentro de mim. 21 Disso me recordarei no meu coração; por isso, tenho esperança.
Hete.
22 As misericórdias do Senhor são a causa de não sermos consumidos; porque as suas misericórdias não têm fim. 23 Novas são cada manhã; grande é a tua fidelidade. 24 A minha porção é o Senhor, diz a minha alma; portanto, esperarei nele.
Tete.
25 Bom é o Senhor para os que se atêm a ele, para a alma que o busca. 26 Bom é ter esperança e aguardar em silêncio a salvação do Senhor. 27 Bom é para o homem suportar o jugo na sua mocidade;
Jode.
28 assentar-se solitário e ficar em silêncio; porquanto Deus o pôs sobre ele. 29 Ponha a boca no pó; talvez assim haja esperança. 30 Dê a face ao que o fere; farte-se de afronta.
Cafe.
31 Porque o Senhor não rejeitará para sempre. 32 Pois, ainda que entristeça a alguém, usará de compaixão segundo a grandeza das suas misericórdias. 33 Porque não aflige nem entristece de bom grado os filhos dos homens.
Lâmede.
34 Pisar debaixo dos pés todos os presos da terra, 35 perverter o direito do homem perante a face do Altíssimo, 36 subverter o homem no seu pleito, não o veria o Senhor?
Mem.
37 Quem é aquele que diz, e assim acontece, quando o Senhor o não mande? 38 Porventura da boca do Altíssimo não sai o mal e o bem? 39 De que se queixa, pois, o homem vivente? Queixe-se cada um dos seus pecados.
Nun.
40 Esquadrinhemos os nossos caminhos, experimentemo-los e voltemos para o Senhor. 41 Levantemos o coração juntamente com as mãos para Deus nos céus, dizendo: 42 Nós prevaricamos e fomos rebeldes; por isso, tu não perdoaste.
Sâmeque.
43 Cobriste-nos de ira e nos perseguiste; mataste, não perdoaste. 44 Cobriste-te de nuvens, para que não passe a nossa oração. 45 Como cisco e rejeitamento, nos puseste no meio dos povos.
Pê.
46 Todos os nossos inimigos abriram contra nós a sua boca. 47 Temor e cova vieram sobre nós, assolação e quebrantamento. 48 Torrentes de águas derramaram os meus olhos, por causa da destruição da filha do meu povo.
Ain.
49 Os meus olhos choram e não cessam, porque não há descanso, 50 até que o Senhor atente e veja desde os céus. 51 O meu olho move a minha alma, por causa de todas as filhas da minha cidade.
Tsadê.
52 Como ave, me caçaram os que são meus inimigos sem causa. 53 Arrancaram a minha vida na cova e lançaram pedras sobre mim. 54 Águas correram sobre a minha cabeça; eu disse: Estou cortado.
Cofe.
55 Invoquei o teu nome, Senhor, desde a mais profunda cova. 56 Ouviste a minha voz; não escondas o teu ouvido ao meu suspiro, ao meu clamor. 57 Tu te aproximaste no dia em que te invoquei; disseste: Não temas.
Rexe.
58 Pleiteaste, Senhor, os pleitos da minha alma, remiste a minha vida. 59 Viste, Senhor, a injustiça que me fizeram; julga a minha causa. 60 Viste toda a sua vingança, todos os seus pensamentos contra mim.
Chim.
61 Ouviste as suas afrontas, Senhor, todos os seus pensamentos contra mim; 62 os lábios dos que se levantam contra mim e as suas imaginações contra mim todo o dia. 63 Observa-os ao se assentarem e ao se levantarem; eu sou a sua canção.
Tau.
64 Tu lhes darás a recompensa, Senhor, conforme a obra das suas mãos. 65 Tu lhes darás ânsia de coração, maldição tua sobre eles. 66 Na tua ira, os perseguirás, e eles serão desfeitos debaixo dos céus do Senhor.